8 itens a considerar na hora de definir preços no e-commerce

Definir preços no e-commerce não é apenas uma questão de somar custos e adicionar uma margem de lucro. Se fosse tão simples, todas as lojas virtuais teriam sucesso, certo? A verdade é que a precificação influencia diretamente na percepção de valor, na competitividade e, claro, na rentabilidade do seu negócio.

Se você definir preços no e-commerce sem uma estratégia bem fundamentada, corre o risco de afastar clientes, reduzir sua margem de lucro ou até perder vendas para concorrentes que fazem isso melhor. Mas como encontrar o equilíbrio entre um preço atrativo para o consumidor e lucrativo para a empresa?
No decorrer deste conteúdo, vou te mostrar 8 itens essenciais que você deve considerar na hora de definir preços no e-commerce.
Estrutura de Tópicos
O que considerar na hora de definir preços no e-commerce?
Definir preços no e-commerce não é um processo arbitrário. Afinal, cada decisão deve ser baseada em dados e estratégias bem fundamentadas.
Se você simplesmente escolhe um valor aleatório ou copia o preço da concorrência sem uma análise profunda, pode estar prejudicando sua margem de lucro ou até afastando clientes.
Para garantir que seu e-commerce tenha preços competitivos, justos e lucrativos, é essencial levar em conta alguns fatores estratégicos.
Nos parágrafos seguintes, você vai entender melhor o que levar em consideração para definir preços no e-commerce de forma mais assertiva.
1. Custos totais
Antes de qualquer coisa, é fundamental entender todos os custos envolvidos na venda de um produto. Não basta apenas considerar o preço de compra do fornecedor; você precisa calcular todos os gastos associados à operação. Aqui estão os principais custos que devem ser levados em conta:
- Custo do produto (preço pago ao fornecedor ou custo de produção);
- Frete e logística (transporte, armazenagem e manuseio);
- Taxas e impostos (ICMS, PIS, Cofins, entre outros tributos);
- Comissões e taxas de pagamento (taxas de cartões, marketplaces, gateways de pagamento);
- Marketing e aquisição de clientes (investimentos em tráfego pago, SEO, redes sociais);
- Operação da loja (plataforma de e-commerce, equipe, atendimento ao cliente, entre outros).
Se você ignorar qualquer um desses custos, pode acabar vendendo sem lucro ou até mesmo no prejuízo. Por isso, antes de definir preços no e-commerce, tenha um cálculo claro e atualizado de todos esses fatores.
2. Elasticidade da demanda
A elasticidade da demanda é um conceito essencial na hora de definir preços no e-commerce, pois mostra o quanto as vendas do seu produto podem variar de acordo com mudanças no preço. Em outras palavras, ela mede o impacto que um aumento ou redução no valor tem sobre a quantidade de produtos vendidos.
Quando a demanda é elástica, significa que pequenas variações no preço geram um grande impacto nas vendas. Isso geralmente acontece em mercados altamente competitivos, onde os consumidores comparam preços antes de comprar.
Já quando a demanda é inelástica, o preço tem pouca influência sobre a decisão de compra, pois outros fatores, como exclusividade, qualidade ou necessidade, pesam mais.
Entender a elasticidade dos seus produtos é fundamental para criar uma estratégia eficiente. Se um item for altamente elástico, reduzir o preço pode aumentar o volume de vendas e compensar a margem reduzida.
Por outro lado, se um produto for inelástico, aumentar o preço pode elevar a lucratividade sem impactar drasticamente a demanda.
O segredo está em testar e analisar o comportamento dos consumidores. Ferramentas de análise de dados e testes A/B podem ajudar a identificar o ponto ideal onde o preço maximiza tanto as vendas quanto o lucro.
3. Precificação da concorrência
Saber como seus concorrentes precificam seus produtos é essencial para que você não fique para trás e consiga se posicionar estrategicamente no mercado. Para isso, você pode analisar os preços de diferentes formas:
Preço igual ao da concorrência | Indicado quando há produtos idênticos e o diferencial está em outros aspectos, como atendimento e experiência do cliente. |
Preço abaixo da concorrência | Pode atrair mais clientes, mas exige uma estrutura de custos bem otimizada para não comprometer a margem de lucro. |
Preço acima da concorrência | Estratégia viável quando há diferenciais claros, como exclusividade, qualidade superior ou um forte posicionamento de marca. |
Precificação dinâmica | Uso de tecnologia para ajustar os preços em tempo real, conforme demanda, concorrência e outros fatores. |
Acompanhar a concorrência não significa copiar preços cegamente. A ideia é entender como seu produto se posiciona no mercado e usar essa informação para criar uma estratégia que maximize suas vendas e lucros.
4. Psicologia dos preços
Definir preços no e-commerce não é apenas uma questão matemática — a forma como os preços são apresentados pode influenciar diretamente na decisão de compra do consumidor. A psicologia dos preços explora como os consumidores percebem e reagem aos valores e como pequenas mudanças podem impactar suas escolhas.
Um dos exemplos mais clássicos é a precificação terminada em “9”, como R$ 99,99 em vez de R$ 100,00. Esse efeito, conhecido como “preço psicológico”, faz com que o consumidor perceba o valor como sendo menor do que realmente é. Outra técnica comum é a ancoragem, que ocorre quando um preço mais alto é apresentado antes do preço real, fazendo com que este pareça mais vantajoso.
Além disso, a forma como os preços são dispostos na página do produto também influencia a percepção de valor. Apresentar um desconto real e destacar o valor original pode aumentar a conversão. Da mesma forma, usar palavras como “investimento” em vez de “custo” pode reforçar o benefício do produto.
Outro fator interessante é o efeito de pacotes e preços comparativos. Muitas vezes, oferecer um combo de produtos por um preço levemente inferior ao da compra individual incentiva o consumidor a gastar mais, aumentando o ticket médio.
No final, a psicologia dos preços prova que o valor que o cliente percebe pode ser ainda mais importante do que o preço real do produto. Pequenos ajustes na apresentação podem fazer uma grande diferença na taxa de conversão do seu e-commerce.
5. Percepção de valor pelo cliente
O preço de um produto não é apenas um número — ele carrega um significado para o consumidor. Muitas vezes, o cliente está disposto a pagar mais se enxergar valor na sua marca, no atendimento ou nos benefícios do produto.
Para aumentar a percepção de valor e justificar preços mais altos, considere:
- Embalagem diferenciada e apresentação premium;
- Depoimentos e avaliações positivas de clientes;
- Garantia estendida ou benefícios adicionais;
- Atendimento de qualidade e suporte eficiente;
- Exclusividade ou edição limitada do produto;
- Conteúdo de valor, como vídeos explicativos e guias de uso.
Quando o cliente percebe que está pagando por algo além do produto em si, o preço se torna um fator menos decisivo na compra. Isso significa que nem sempre o menor preço é o melhor caminho — criar uma experiência de compra diferenciada pode permitir preços mais elevados sem impactar a conversão.
6. Sazonalidade e promoções
A sazonalidade é um fator que não pode ser ignorado ao definir preços no e-commerce. Existem períodos do ano em que a demanda por determinados produtos aumenta ou diminui, e ajustar os preços conforme essas oscilações pode fazer toda a diferença na rentabilidade da sua loja.
Datas comemorativas como Black Friday, Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados são momentos em que os consumidores estão mais propensos a gastar, o que pode permitir preços mais elevados sem afetar as vendas.
Por outro lado, períodos de baixa demanda exigem uma abordagem mais estratégica, como a oferta de descontos ou a criação de promoções para incentivar compras.
No entanto, as promoções devem ser bem planejadas. Oferecer descontos sem uma estratégia clara pode corroer sua margem de lucro e acostumar o cliente a só comprar em períodos promocionais. O ideal é utilizar promoções para aumentar o ticket médio, girar estoque parado ou atrair novos clientes para, depois, fidelizá-los com outros diferenciais, como qualidade e atendimento.
O segredo está em analisar o histórico de vendas e o comportamento dos consumidores para antecipar tendências e definir os preços de forma inteligente em cada período do ano.
7. Margem de lucro
De nada adianta vender muito se a sua margem de lucro for baixa ou inexistente. Esse é um dos erros mais comuns ao definir preços no e-commerce: focar apenas no volume de vendas sem garantir que cada transação seja realmente lucrativa.
A margem de lucro é o que sobra depois que todos os custos são pagos. Existem duas principais margens a serem observadas:
- Margem de lucro bruta: diferença entre o preço de venda e o custo direto do produto.
- Margem de lucro líquida: leva em conta todos os custos operacionais, como impostos, taxas de pagamento, logística e marketing.
Se a sua margem de lucro líquida estiver muito baixa, qualquer oscilação no mercado pode colocar seu e-commerce em risco. Para garantir um lucro saudável, você pode adotar estratégias como reduzir custos operacionais, aumentar o ticket médio com combos e cross-sell, ou trabalhar com precificação dinâmica para maximizar os ganhos conforme a demanda e concorrência.
O equilíbrio ideal entre preço competitivo e boa margem de lucro é o que vai garantir a sustentabilidade do seu negócio a longo prazo.
8. Estratégia de precificação
A precificação no e-commerce não pode ser baseada apenas no custo do produto. Para ter sucesso, é necessário definir uma estratégia clara e consistente, alinhada ao posicionamento da marca e ao comportamento do mercado.

Existem diferentes abordagens que podem ser adotadas, dependendo do objetivo do seu negócio:
- Precificação baseada no custo: soma-se o custo total do produto e adiciona-se uma margem de lucro. Essa abordagem é simples, mas pode ignorar fatores como a percepção de valor pelo cliente.
- Precificação baseada no valor: foca na percepção do cliente sobre o valor do produto. Se ele enxerga um benefício diferenciado, pode estar disposto a pagar mais.
- Precificação competitiva: ajusta os preços com base na concorrência, garantindo que sua oferta esteja dentro da média do mercado. Pode ser útil para produtos com alta concorrência.
- Precificação dinâmica: os preços variam conforme fatores como demanda, sazonalidade e comportamento dos consumidores. Esse modelo é amplamente usado por grandes players como Amazon e Uber.
Independentemente da estratégia escolhida, o mais importante é acompanhar os resultados e estar sempre disposto a ajustar os preços conforme o desempenho das vendas e as mudanças no mercado. A precificação não é estática, mas sim um processo contínuo de otimização.